O GRO (Gerenciamento de Riscos Ocupacionais) é um conjunto de medidas e procedimentos com finalidade de identificar, avaliar e controlar os riscos ocupacionais presentes no local de trabalho, com o objetivo de prevenir acidentes e doenças relacionadas ao ambiente ocupacional.

A NR-1 (Norma Regulamentadora 1) estabelece as diretrizes e os requisitos básicos para a implementação do Gerenciamento de Riscos Ocupacionais nas empresas. Ela institui que as organizações devem elaborar um Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), que tem como objetivo reconhecer, analisar e gerenciar os perigos ocupacionais existentes em um local de trabalho.

O PGR deve ser elaborado por profissionais especializados em segurança do trabalho, e deve conter informações detalhadas sobre a empresa, seus processos e atividades, assim como os perigos ocupacionais identificados e as medidas de controle adotadas para minimizá-los ou eliminá-los. Além disso, o PGR precisa ser atualizado periodicamente, sempre que houver alterações nos processos ou nas condições de trabalho que possam impactar a segurança e a saúde dos trabalhadores.

Para elaborar um Gerenciamento de Riscos Ocupacionais eficiente, é necessário seguir algumas etapas importantes, tais como:

Identificação dos perigos para o gerenciamento de riscos ocupacionais

A identificação dos riscos ocupacionais existentes no ambiente de trabalho é um processo essencial para a promoção da saúde e segurança dos trabalhadores. Para isso, é necessário realizar uma análise detalhada do local de trabalho, dos processos produtivos e das atividades desempenhadas pelos trabalhadores, a fim de identificar as possíveis ameaças e as situações que podem gerar perigo para os colaboradores.

A análise deve ser realizada por especialistas em saúde e segurança ocupacional, que possuem conhecimentos técnicos e práticos para identificar as vulnerabilidades e avaliar os impactos que elas podem causar ao bem-estar ocupacional. Nessa análise, são levantados todos os riscos presentes no ambiente, desde os mais evidentes até os mais sutis, como perigos ergonômicos que podem causar lesões musculares e problemas de postura.

Também precisa-se levar em consideração as funções ocupacionais, pois cada cargo exige um conjunto específico de habilidades e pode apresentar ameaças particulares. Por exemplo, um trabalhador que realiza atividades em altura pode estar vulnerável à queda, enquanto um funcionário que manipula produtos químicos pode estar exposto a riscos de intoxicação.

Além disso, é importante considerar os processos produtivos realizados na empresa, pois eles podem apresentar perigos relacionados a equipamentos, materiais utilizados, condições de trabalho e outros fatores que podem ameaçar o cuidado e bem-estar dos trabalhadores.

Avaliação dos riscos

A avaliação dos riscos é uma etapa importante do processo de GRO, que visa identificar quais são as ameaças mais críticas e definir quais medidas de controle devem ser adotadas. Essa avaliação é realizada após a identificação das vulnerabilidades, e consiste em analisar a gravidade e a probabilidade de ocorrência de cada risco identificado.

A gravidade do risco é avaliada com base no impacto que ele pode causar no bem-estar e proteção dos trabalhadores, caso venha a se concretizar. Esse impacto pode ser analisado em termos de lesões, doenças ocupacionais, perda de capacidade laboral, afastamentos ou até mesmo fatalidades. Quanto maior for o impacto potencial, maior será a gravidade do risco.

Já a probabilidade de ocorrência do risco está relacionada à frequência com que ele pode ocorrer, bem como às condições em que ele pode surgir. Riscos que apresentam uma alta probabilidade de ocorrência são aqueles que acontecem com mais frequência, enquanto riscos de baixa probabilidade podem surgir em circunstâncias muito específicas.

Com base na avaliação da gravidade e da probabilidade de ocorrência dos riscos identificados, é possível definir quais são os perigos mais críticos e que precisam de uma atenção especial. Esses riscos críticos devem ser priorizados na adoção de medidas de controle, de modo a minimizar ou eliminar os seus efeitos potenciais sobre a proteção laboral.

Controle dos perigos no gerenciamento de riscos ocupacionais

A definição de medidas de controle adequadas visa minimizar ou eliminar os riscos identificados, priorizando sempre a prevenção de acidentes e doenças ocupacionais. Essas medidas de controle podem ser divididas em três categorias: medidas de controle administrativas, medidas de controle de engenharia e medidas de controle pessoal.

As medidas de controle administrativas consistem em procedimentos e políticas que visam reduzir a exposição dos trabalhadores aos riscos identificados. Isso pode incluir a elaboração de procedimentos de segurança, treinamentos, utilização de equipamentos de proteção individual (EPIs), monitoramento da saúde ocupacional, entre outros. Essas medidas de controle são importantes para minimizar as chances de acidentes e enfermidades ocupacionais, mas não eliminam completamente os riscos.

Por outro lado, as medidas de controle de engenharia compreendem modificações no local de trabalho, nos equipamentos ou nos processos produtivos, visando eliminar ou reduzir os riscos identificados. O que pode abranger a instalação de sistemas de ventilação, a utilização de barreiras de segurança, a modificação de equipamentos ou a alteração de processos produtivos. Essas medidas de controle são mais efetivas que as medidas administrativas, pois eliminam ou reduzem os riscos na origem.

As medidas de controle pessoal englobam a utilização de equipamentos de proteção individual (EPIs), como luvas, óculos de proteção, capacetes, entre outros, com o objetivo de proteger o trabalhador dos riscos identificados. Essas medidas de controle são importantes, mas devem ser utilizadas em conjunto com as medidas de controle administrativas e de engenharia, uma vez que não eliminam os riscos.

Monitoramento dos riscos

O monitoramento dos riscos é um passo crucial e do GRO, que visa avaliar a eficácia das medidas preventivas adotadas. Essa etapa é importante porque, mesmo que as ações de controle mais adequadas tenham sido definidas e implementadas, é necessário verificar se estão sendo efetivas ou se precisam ser ajustadas para garantir a segurança e saúde dos trabalhadores.

O monitoramento dos riscos pode ser realizado de diversas formas, como através de avaliações periódicas, inspeções de segurança, auditorias, análises de incidentes ou acidentes, entre outras. É importante que as empresas definam um plano de monitoramento adequado, levando em consideração a natureza dos riscos presentes na atividade profissional, as ações de controle implementadas e os objetivos de segurança e saúde ocupacional.

Além disso, é fundamental que os resultados do monitoramento sejam documentados e analisados pelos responsáveis pelo gerenciamento de riscos. Isso permite identificar tendências e padrões de riscos, verificar se as providências de controle adotadas estão sendo efetivas e definir a necessidade de ajustes ou melhorias no sistema de gerenciamento de riscos.

 

Agora que você já sabe como funciona o Gerenciamento de Riscos Ocupacionais, veja nossa Planilha de Gerenciamento de Riscos para a construção civil.